segunda-feira, 28 de março de 2016

Até quando veremos a Educação a serviço de um projeto político de dominação?

As últimas notícias, em um importante jornal de Goiás, relatam as manifestações de estudantes da PUC-GO, contra a filiação do reitor, que muito antes de ocupar o cargo já era militante do PT. Como na maioria das questões que envolvem os partidos do atual governo, o principal foco foi esquecido, que é a real necessidade de um reitor continuar filiado a um partido político. Desviaram para o direito do “cidadão comum” filiar-se ou não em um partido. A UFG também já teve seu reitor filiado ao PT e candidato a deputado federal, que mesmo com uma significativa votação não conseguiu se eleger.

Sim, é de direito um reitor filiar-se a um partido político, mas, penso que é imoral, inadmissível para um País que pretende valorizar a Educação como um direito a emancipação e empoderamento de seus filhos. Acredito que o melhor séria que quem esteja à frente de uma instituição de ensino seja apartidário, para possibilitar ainda mais o desenvolvimento de cidadãos críticos e autoresponsáveis por suas escolhas.

Conversando pelo chat, com um amigo; ele me disse assim:
 “Concordo com você, um reitor tem que estar acima das linhas partidárias. Sou tão radical quanto a isso que defendo um ponto ainda mais polêmico – Presidente da República, mais do que governadores (mas, estes se enquadram também) deviam-se afastar-se por postura ética, de seus partidos políticos automaticamente, ao assinarem seus termos de posse. Devia ser item do juramento- Prometo agir de modo equânime ante os interesses de todos os partidos políticos, de todas as unidades federativas e de todos os municípios.”

 Disse a ele que a ideia é muito boa e interessante. Sei que hoje pode parecer utópica, mas, precisamos inclui-la como possibilidade frente às mudanças que faremos na política para sairmos deste caos. Hoje o que vemos é o Brasil em retrocessos principalmente na economia, pois a presidente Dilma, tem a “ilusão” de que foi eleita apenas para defender os companheiros e companheiras e esqueceu-se de governar o País para os brasileiros.

Fico pensando, como são os Centros Acadêmicos e os Diretórios nas instituições onde o principal líder é filiado a um partido politico? (Até o termo: filiado, filho do partido, que obedece a um pai, talvez precise ser substituído por outro menos hierárquico, nestas reformas politicas que ansiamos).
Na UFG sabemos como é; só a “inteligência brasileira” como a Carta Capital gosta de denominar a militância petista, que têm vez.

Sabemos que só existe uma maneira de ensinar que é pelo exemplo. É este o exemplo que um reitor quer deixar para seus alunos e professores? Independente do partido político, um reitor levantar uma bandeira partidária, é uma ação pedagógica? Ou isto não importa, para um reitor, o ser exemplo?
Coordenadores, diretores, reitores de instituições de ensino quando assumem publicamente suas preferências partidárias, promovem a verdadeira Educação livre, fraterna, igualitária?
Sabemos que a Educação é a principal ferramenta para o verdadeiro crescimento do Brasil, e só Ela cumpre este requisito.

Infelizmente, o que mais vemos no Brasil é a “inteligência brasileira” querendo dominar tudo, para continuar amordaçando “a massa”.

Como fica a liberdade de expressão, tão importante para o crescimento dos jovens, nestas instituições? Os professores nestas instituições ou empresas terão o direito de manifestarem contra o partido do líder? Todos nós que trabalhamos em empresas públicas ou privadas, sabemos bem como é isto. Somos “obrigados” a ficar na cartilha deles, se não é rua ou perseguições, sem choro, nem vela.

É exatamente por estes motivos que sou contra as OSs na Educação aqui em Goiás. #ContraOSsnaEducação


 Para exemplificar, o que quero dizer, neste mês, a AGRODEFESA/GO (o Governador de Goiás é do PSDB, percebemos que longe de ser uma questão partidária, o que vemos é a estrutura política brasileira corrompida) liberou a utilização e comercialização do pesticida benzoato de emamactina, altamente tóxico, contamina o lençol freático, um absurdo, este veneno esta dizimando nossas abelhas e ajudando a proliferar várias doenças e epidemias; mesmo assim, você viu alguém do governo denunciando? Não se vê funcionários, mesmo os concursados, denunciando o fato. Por quê? Você sabe a resposta e eu também. (91% da população brasileira afirmaram que não gostam e não acompanham a política, ficando, assim, a cargo dos funcionários públicos denunciarem os abusos de poder, ilegalidades e corrupções). Mas, como denunciar se sentem amordaçados pelo sistema?

Reitores e lideres de instituições de ensino, filiar-se a partidos políticos, pode ser mais perverso que a Rede Globo e a Record juntas, em técnicas de manipulações.

A Educação não pode mais ser violentada, manipulada, continuar amordaçada, servindo a um projeto político de dominação, é esta a questão central que precisamos colocar em pauta, para sairmos desta crise, sabemos disto.

A questão não é se o reitor tem ou não tem este direito e sim, é uma atitude louvável? O foco é melhorar a Educação, por isto, manter-se filiado a um partido? A ação fornece mais liberdade e autonomia aos professores e alunos destas instituições?

Até hoje, não conseguimos, emancipar nossa Educação, espero, sinceramente que esta grave crise, nos possibilite amadurecermos e mesmo com os pais/lideres/autoridades autocráticas do passado, conseguirmos avançar com mais autoconhecimento e responsabilidades.

Rita de Cássia Ramos Carneiro - sócia fundadora - institutobemtevi@gmail.com

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A terceirização da Pátria Educadora



E hoje, no Brasil, qual é o “serviço” da educação para perpetuar este sistema/poder?
A Educação Brasileira esta servindo a quem?

É sinal de desinformação ou tentativa de manipulação quando alguém insiste em dizer que este governo petista foi um governo para os pobres e que hoje é Pátria Educadora.
 Em 2005, segundo a revista americana Forbes, eram 8 brasileiros na lista dos bilionários, hoje são 54. “Existem ainda 172.000 brasileiros com patrimônio acima de 30 milhões de dólares, um salto de 17% em relação a 2009.” Segundo a revista Exame - edição 1092 de 24/06/2015 capa: Bilionários com causa.Duas reportagens chamou minha atenção: a da Capa e a de Negócios /Educação: Tabuada, Lousa e Lucro.

Presidentes de grandes redes de ensino fazem parte da lista de milionários da Forbes, e estão investindo muito no Brasil. Onde o Governo não cumpre sua parte os empresários aproveitam, é lícito. Há um consenso crescente entre os “executivos da educação” de que comprar escolas é uma ótima forma de multiplicar dinheiro. O ensino superior cresceu muito por aqui nesta última década, quando o número de universitários passou de 3 milhões para 5,5 milhões e nesta mesma proporção houve queda na quantidade de escolas públicas.

 Sim, a Pátria Educadora terceirizou o ensino. Os políticos perceberam que a bola da vez é a terceirização e que Eles podem lucrar milhões em contratos, no mínimo, duvidosos. A tentativa é a de também terceirizar as responsabilidades, como se isto fosse possível. Assistimos, deitados em berços esplendidos, a “maquina” lucrando milhões com terceirizações (não só na Educação) que mais parecem apadrinhamentos.
O corte ao Fies (programa federal de financiamento estudantil), dificultou a vida das universidades.  Assim, a bola da vez agora são as escolas de ensino fundamental e médio, os alunos de 6 a 17 anos.  São investimentos de milhões e milhões, que compram pequenas escolas e formam grandes “carteis da educação” (como nunca vistos na História deste país!) até um dos dono da cervejaria Ambev, e outros 20 empresários investiram para criar o grupo educacional Eleva.
(Outra matéria: www.conexaojornalismo.com.br -Grandes grupos econômicos controlam escolas para fomentar sua ideologia - Uma das escolas que mais se destacam no Enem em todo o país, o Pensi, é de propriedade de um dos homens mais ricos do mundo: Jorge Paulo Lemann. Ele já era dono também do Grupo Eleva, outro conceituado modelo de ensino pelos resultados alcançados. A dedicação do bilionário não vem ao acaso ou se dá por inspiração...).

A realidade da Pátria Educadora é a educação terceirizada e os investimentos para a educação cortados e investidos em marketing, nestes últimos três meses o governo federal investiu mais de 56 milhões em propaganda, principalmente dos programas que ele cortou as verbas! Bem-vindo ao País das Luladilmavillhas.  

Alguém pode explicar, por favor, onde esta a lógica em cortar 7 bilhões da educação em plena crise e investir 5 bilhões na indústria automobilística ou mais de 10 bilhões em aviões para proteger nosso pais de possíveis ataques; oii? É ou não é' Pátria Educadora?

“No último IDEB (o índice de desenvolvimento da educação básica) de 2013, o ensino médio da rede privada recebeu nota 5,4, numa escala até 10. Nos últimos anos de ensino fundamental, a nota foi 5,9. A rede pública levou 3,4 e 4, respectivamente.” Além da qualidade, como todos nós sabemos, a quantidade de escolas públicas diminuíram.

A estratégia é simples: menos investimento em educação gera mais poder aos políticos, simples assim, e a população fica refém do Estado. A educação brasileira, talvez mais que no passado, está servindo a ditadura política e o capitalismo. Aquela, hoje utópica, Educação libertadora está escravizada pelos que “se acham” donos do Brasil.


Rita de Cássia Ramos Carneiro – psicóloga.






terça-feira, 11 de agosto de 2015

Pátria Educadora 2

“Por enquanto, que eu penso,
tudo quanto há, neste mundo,
é porque se merece e carece.”
João Guimarães Rosa

Estive pensando nestes dias sobre o nosso papel de professores na construção da Pátria Educadora - onde nós professores estamos mantendo/sustentando esta realidade?
Como não tenho muita propriedade pra falar nem de mim mesma quanto mais dos outros, vou me deter primeiro ao que entendo sobre minha responsabilidade nesta situação.
A maior contribuição, penso eu, é me deixar levar por esta aversão generalizada ao PT de forma tão tensa e Intensa. Isto mantém a chama do atual sistema, é tudo que ele precisa, principalmente, quando a estratégia norteadora do mesmo é que Todos  pensem que o “Inimigo” é o que mora ao lado, por favor, não se aproxime;  é fazer com que a população fique dividida entre si: brancos contra negros, heteros contra homos, evangélicos x católicos, PT x PSDB (esta divisão dá identidade para o PT, que foi capaz de se unir com o antes inimigo PMDB pelos fins de dominação e poder). 
Pois bem, enquanto defendo com paixão os inimigos do PT mais ele (PT) cresce em identidade. (Aqui uma chave: A questão mais importante é ter uma “identidade”, pois ela é a fonte de força e autoridade. Qual a minha identidade? Qual minha missão de Vida? Aqui esta o real tesouro!)
No texto passado falei sobre a origem da palavra Pedagogia.
“E por falar em Pedagogia, o termo vem do grego, sendo que paidós significa criança agodé significa condução. Tomada ao pé da letra a palavra significa “aquele que conduz crianças”. O paidagogos sempre carregava uma lamparina, para qualquer eventualidade e, especialmentepara iluminar o caminho.”
Crises são importantes para desvendar novos caminhos.
Iluminar o caminho para perceber novas paisagens e possibilidades; foi o tema do meu trabalho na pós em:
JOGOS COOPERATIVOS – RECODIFICANDO HÁBITOS COMPETITIVOS COM NOVAS POSSIBILIDADES, HABILIDADES E PERSPECTIVAS.
Re-codificar hábitos exige destreza, persistência, determinação, boa vontade, coragem, fé, aceitação, percepção, olhar, ouvir, criar, transformar, Amar.
#TudoJuntoeMisturado!!
Escuta, enquanto ficamos reclamando do salário, da falta de tempo e condições para o trabalho colocamos lenha no sistema.
Faça o melhor que você consegue com zelo e afeto,

 “seja honesto e veja o que acontece” Jung.

  
Reflita e tente imaginar as possíveis (((repercussões))) de suas ações.
O caminho é de dentro pra fora; de autoresponsabilidade.
Não dá mais só apontar o dedo e dizer que é “culpa” do outro. Encare suas “culpas” pra achar suas responsabilidades!
“E me inventei neste gosto, de especular ideías.”
Falo para os professores, pois sei do PODER que temos em trans-formar a Vida dos nossos alunos e da sociedade. Os políticos também sabem principalmente o PT em “dá aulas” com maestria, sobre planejamentos e articulações.
Saíamos desta matrix que quer nos colocar em uma posição inferior, não valorizada, pedinte e impotente.
O Sistema colocou um cabresto em nós, somos a munição usada/abusada para as disputas políticas, lenha de ótima qualidade para perpetuação do sistema.
A “falta de tempo $$$” salas com até 132 alunos no curso de Pedagogia; minam qualquer disposição e prontidão para a real docência.
Aos professores da “elite” os de Universidades Federais, sim elite, são minorias, ganham até 5 vezes mais que os professores das instituições particulares, acesso a vários programas, cursos, especializações, mestrados, doutorados remunerados na Europa, por exemplo, podem reclamar os direitos que não serão mandados embora e que trabalham com a “elite” dos alunos também. Estes quando fazem greve, fico pensando, O que dá esta percepção de superioridade (alienados do contexto da sociedade que estão inseridos) está noção de que têm direitos de fazerem greves neste momento?
 Que percepção é esta de que estão ganhando pouco e, portanto vão deixar milhares de alunos sem aula por direito deles?
 Eles olham para o Sistema/ sociedade, vêm outros docentes nesta pirâmide ou fora dela?
Quais as ações em prol da classe docente e não para o “próprio umbigo”?
Qual a Responsabilidade Social dos professores de instituições federais que recebem salários 5x maiores (e acham pouco) que os professores de instituições particulares que são os responsáveis pela melhora dos índices quando se fala em melhoria do ensino superior no Brasil?
Por favor, Qualquer sombrinha me refresca.” 
Lembramos que somos nós classe média, que não trabalhamos em órgãos públicos principalmente, que pagamos os salários deles.
Acho um absurdo, por exemplo, nós pagarmos os salários dos servidores do INSS (muitos avaliados como mal educados e incompetentes na função) eles fazem greve por meses, deixando nós cidadãos que na maioria ganham muito menos que eles, desassistidos, desamparados e sem direito aos nossos direitos; Que percepção é esta de que eles não podem passar por crise e que isto não lhes dizem respeito?
“E mal eu não quis. Só que uma pergunta, em hora, ás vezes, clareia razão de paz.”  
 Funcionários públicos, estamos insatisfeitos com o trabalho de vocês e queremos negociar este aumento de salário. Irmão do Paraná grata pelo movimento
#gatopingadoMinhau
Criticam a classe média, falam de ódio e querem que nós fiquemos calados enquanto  dizem: simplesmente paguem as contas e, por favor, não parem de consumir brasileiros!
Não quero mais compactuar com este jogo de faz-de-conta
Por que temos um sistema de serviços públicos, tão caros, ineficientes e impotentes?
Aos professores da “elite” a solução pra vocês realmente é fazer greve todo semestre e cobrar aumento de salário e que se dane os alunos e os outros professores que não fazem parte da “elite” é isto?

Cadê os bons alunos que vocês estão formando, ensinando a defender os direitos e o empoderamento dos brasileiros e não de classes sociais? Chega desta Historia/Estória de Classes Sociais, vamos pensar em Ser Humano! Que tal?

Nós professores, que fazemos parte de uma realidade que se reclamar de uma turma com mais de 130 alunos (130 alunos? sim; e os funcionários do MEC fecham os olhos para esta situação e dizem: não vimos nem escutamos) e nós que fazemos parte dos professores do “mundo dos mortais” somos mandados pra a rua se reclamarmos, sendo que o que ganhamos não paga as despesas básicas e precisamos trabalhar os 3 períodos e termos o mínimo para sustentar a imagem de que vale a pena ser professor neste País.
Solicitamos com urgência que vocês "elites" da Pátria Educadora olhem pra nós, com pelo menos o mesmo discurso – politicamente correto - de vocês quando falam dos milhões que o PT tirou da miséria.
Fiquem sabendo que nós professores (do mundo dos mortais) estamos há tempo na “miséria” para mantê-los na elite.
Gostaria, que vocês refletissem sobre a prática e o discurso de vocês;
 Onde “ele” (mesmo sendo politicamente correto) contribui para o aumento alarmante da violência e corrupção?
Ou vocês pensam que não têm nada com isto?


“Viver é muito perigoso.” Grande Sertão: Veredas.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Brasil Pátria Educadora!!


É claro que o Estado sabe o que esta fazendo com a Educação.
Outro faz-de-conta que não suporto mais é esta estória sobre a educação e a saúde brasileira. Chega de ficar falando, pedindo, implorando pro Governo cuidar da Educação e da Saúde, pois, Eles já estão fazendo isto! De forma estudada, planejada, articulada com maestria. Quanto mais pedimos, mais confirma que o melhor método de manter o domínio de um Povo é pelo acesso ou não a Educação. A forma de reivindicar é que esta errada, penso eu!! Mas, será que estamos prontos para pagar o preço pela mudança, conquista pretendida?
Podemos afirmar que o Governo petista esta dizendo a verdade ao levantar a bandeira de Pátria Educadora, sim claro, tanto é verdade que um dos primeiros  atos da presidentA foi cortar R$7 bilhões da Educação, simples assim! Agora se queremos ou não compactuar com este modelo imposto de Pátria Educadora (se queremos esta ditadura velada) é outar estória.
A Educação Brasileira sempre esteve a serviço da manutenção de um Poder e permanece sem conseguir se libertar/emancipar-se até hoje. E mesmo eu que sofro “de otimismo” começo a desanimar.
Vocês acham que “Eles” não sabem o que estão fazendo?
Qualquer estudo mais cuidadoso mostra que a educação brasileira sempre foi conduzida para a manutenção de um estado/poder.
A educação brasileira foi/é/será usada, abusada, violentada para a manutenção de um Poder.O que nos cabe é saber quem estamos servindo como professores, quem??
Sou apaixonada por história, estórias, lendas, contos, mitos  
O conhecimento do passado é a chave para entendermos o presente e principalmente para não permanecer nele.  Somos feitos de história. Sabemos quem somos pela nossa trajetória de Vida.  Sem os estudos de história da educação não é possível contribuir com a melhoria da educação atual.
Em Pedagogia a disciplina História da Educação tem como preocupação central a reflexão crítica em torno do processo educativo ao longo do tempo e do espaço.
E por falar em Pedagogia , o termo vem do grego, sendo que paidós significa criança e agodé significa condução. Tomada ao pé da letra a palavra significa “aquele que conduz crianças”. O paidagogos sempre carregava uma lamparina, para qualquer eventualidade e, especialmente
para iluminar o caminho
(Lindo demais <3<3)
Os estudos históricos possibilita entendermos nossas relações com o mundo que nos cerca, mostrando-nos que a história tem relações tanto com o presente quanto com o passado.
Vamos lá; breves relatos históricos:
Por três séculos os jesuítas comandaram a educação brasileira.
Como “soldados da fé católica”, os jesuítas tinham o objetivo de disseminar o catolicismo e a educação se revelava como a principal via de acesso para alcançarem esta meta. A educação não era de interesse geral, destinava-se a poucos privilegiados da sociedade. Não havia interesse na educação para o trabalho. Esta era realizada de maneira informal no próprio ambiente de trabalho, sem nenhuma regulamentação nem organização.
Em 1759,  eclodiram as discordâncias entre o Marquês de Pombal (nobre, diplomata e estadista português) e os Jesuítas, a educação jesuítica não convinha aos interesses comerciais emanados por Pombal. Ou seja, se as escolas da Companhia de Jesus  tinham por objetivo servir aos interesses da fé, Pombal pensou em organizar a escola para servir aos interesses do Estado.
Em 1867, apenas 10% da população em idade escolar se matricularam nas escolas elementares. Com a instauração da República (1889), a Educação sofreria mudanças, mas sempre sob os princípios adotados pelo novo regime: centralização, formalização e autoritarismo.
A partir de 1920 o processo produtivo industrial foi alavancado no Brasil e as fábricas necessitaram de trabalhadores disciplinados e educados para o trabalho, e que tivessem valores morais e éticos condizentes com os ideais do capitalismo.
No entanto, nossa população era quase toda analfabeta. Iniciou-se, portanto, na década de 1920, um ciclo de reformas educacionais com o objetivo de popularizar e democratizar o ensino de forma a estendê-lo às camadas médias e pobres de nossa sociedade para formação de mão-de-obra.
...
E hoje, no Brasil, qual é o “serviço” da educação para perpetuar este sistema/poder?
A Educação Brasileira esta servindo a quem?
 É nítido que hoje temos dois senhores:
Os políticos e o capitalismo.

É sobre isto que vamos falar por aqui...

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Ser Responsável

Em primeiro lugar tenho que confessar que estou sofrendo de uma síndrome: não suporto ver lixo esparramado no lugar errado (coisa de eco-chata! talvez) Quando vejo já começo a formigar, fumigar e pensar em como coloca-lo em seu devido lugar, (algumas vezes) começo a catar e ajuntar, mas, engana–se quem disser que eu não fico com vergonha ou constrangimentos, eles são muitos; às vezes, imagino que a força que faço pra sair da falta de movimento e ação é como a de Hercules pra limpar os estábulos do rei. Tenho que vencer as vozes do deixa disso, para com isto, e se passar um gatinho o quê ele vai pensar? Já vem a moralista querendo dar exemplo...
Como deixar que famílias inteiras no #domingonoparque sentem-se ao redor de lixos? Como se o “normal” o correto fosse assim sujo e não houvesse outra paisagem possível. (A maldita transparência do mal!)
Vou lá e mudo a cena.  Digo: com licença, bom dia! Vocês merecem passar o dia de domingo num ambiente mais agradável e limpo. E começo a catar os lixos ao derredor.  Quando termino pergunto a eles: vocês notaram a diferença? Gostaram?
Digo que temos mecanismos internos que são disparados quando estamos em um ambiente sujo e outros que são desencadeados em ambientes limpos. O ambiente sujo me autoriza a sujar mais e o limpo me desautoriza a sujar, ou seja, faz com que me sinta inibida ao ato de sujar. Portanto um pequeno papel de balinha no chão pode ser o gatilho interno que me autoriza a sujar também.
 Ansiamos por fazer parte por sentirmos aceitos e pertencentes, assim, surge à pressa de nos com-formarmos ao ambiente que estamos nos tornando iguais/semelhantes a ele. Se outros sujam eu também posso sujar. A boa é que se outros limpam eu também posso limpar!
Sentir socialmente inadequado e excluído é um grande problema que enfrentamos no convívio social. Inadequado é quando não me sinto ajustado ao contexto, mas também não sei em qual ambiente eu gostaria de estar. Excluído é quando “eu não faço falta”. É uma dor imensa sentir assim, dá medo!
Sentir isto faz com que eu não queira com-tato e um muro interno é construído instantaneamente para me proteger de aproximações, relacionamentos e contatos tanto comigo mesma como com o que me cerca.
No outro final de semana participei da Feira do Empreendedor (((gostei))) e como moro aqui no centro fui caminhando para o evento e vi que no Ginásio Rio Vermelho também havia muita gente reunida para um encontro religioso.
A síndrome do lixo voltou no final da Feira e eu quis saber qual o impacto ambiental da Feira, quanto de lixo produziu? Fiquei observando os lixos nas intermediações dos dois eventos e quando passei pelo Ginásio vi um tanto de lixo ao redor que pensei: como pode ter a presença de Deus lá dentro e aqui fora do ginásio esta sujeira? Como pode pessoas esclarecidas e educadas jogarem lixo nas ruas?
Fico impressionada com a sujeira que fica nestes eventos religiosos e nenhuma pregação dizendo sobre Ser responsável e limpar de dentro pra fora de fora pra dentro? Quanto lixo; como se “o normal” fosse o sujar e não o cuidar. De novo a Transparência do mal. O mal não pode ser transparente, ele precisa de cor, cheiro, substancia, para eu ter o poder real de escolha. Se ele fica transparente como vou saber a escolha que fiz?
Precisamos com urgência e firmeza nos apropriar do que é nosso! A cidade é nossa; um lixo na rua é sim de minha e de sua responsabilidade. Parar de dar todo poder e responsabilidade aos governantes.
Quem tem o poder somos nós cidadãos quando nos apropriamos do que é nosso. Isto significa amadurecimento, empoderamento do Ser Responsável. Chega de infantilismo; de delegar autoridade e responsabilidade para o outro; nós temos o dever de cuidar e zelar do que é nosso, da nossa rua, nosso bairro, nossa cidade, nosso Estado, nosso País, nossas águas, nossa Terra.
É hora de levantarmos do berço esplêndido e começarmos a trabalhar.
Rita de Cássia Ramos Carneiro - Diretora.

terça-feira, 18 de março de 2014

Educação x Violência

As situações que estamos vivenciando como aumento da violência e corrupções podem ser exemplificadas com uma fórmula matemática:
 (-) Educação = (+) Violência; simples assim.
 Temos muitas vezes a ilusão de que são situações desconexas umas das outras, mas, não são. Professores estão em greve por salários mais digno, por melhores condições de trabalho e valorização em todo Brasil. Enquanto isto salários de jogadores de futebol batem recordes e estádios são construídos por R$16.000,00 cada assento!!
Professores desmotivados e adoecidos com a falta de reconhecimento, autonomia e presos a uma “grade curricular” que não atende as reais necessidades dos envolvidos. O nome “grade” é bem apropriado, pois aprisiona e imobiliza mais que ajuda e direciona.
 A realidade para professores de algumas instituições particulares é bem pior, onde é a oferta e a procura de mercado que regulamenta os salários e isto faz com que os rendimentos fiquem abaixo dos rendimentos pagos pelo governo e o stress de não ter garantias que no próximo semestre estará trabalhando é grande.
 O crescimento de instituições Escola-Empresa onde priorizam apenas o lucro e nem um pouco o ensino de qualidade; o ensino passa a ser uma mera mercadoria (Não que eu seja contra e condene o lucro das instituições de ensino, é claro que é merecido e necessário, mas, nestas condições, como por exemplo, dar aulas para classe com 100 alunos, com 80 alunos, salas com 60 alunos e receber o mesmo valor é imoral, improdutivo e injusto).  Escola-Empresa onde o aluno/ cliente é incentivado a tratar o professor com desvalia (reflexo da liderança em crise!) e comportarem como se os professores fossem apenas um servidor deles, pois “eles estão pagando”.
Hoje o aumento da violência e da corrupção é assustador! Vários políticos na ânsia de mostrarem poder fazem discursos onde somente eles é que têm as melhores soluções para os problemas.
A cultura do medo é a$$ustadoramente lucrativa! Estudos sérios comprovam que quanto mais amedrontadas mais as pessoas consomem. Outra regra matemática: + medo = + consumo.  Esta cultura gera votos, pois os candidatos que fizerem o melhor marketing, - convenhamos nunca na história deste país vimos tanta eficiência e eficácia em manipulações - e convencerem que têm as soluções para os problemas (a grande maioria criados por eles mesmos) ganham as eleições.
Fico me perguntando: como esta o inconsciente coletivo /social do Brasileiro com esta prática assistida por nós diariamente de que os fins justificam os meios, que o roubo, a falsidade, a hipocrisia, ladroagem, a enganação, a mentira, o engodo, a falta de hombridade são normas que até o STJ aprova e atestam? Que mensagem é decodificada e paira em nosso inconsciente coletivo com estes exemplos?
Lembrei-me de uma frase celebre de Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto.”
Outra frase dele que é adequada ao contexto: “O governo da demagogia não passa disso: o governo do medo.” Rui Barbosa.
Será que não está claro o caminho a ser trilhado? Será mesmo que as autoridades e nós brasileiros não sabemos mais o que fazer pra diminuir a violência e a corrupção? Construir mais presídios, diminuir a maioridade penal/criminal e a repressão com mais violência são soluções plausíveis?
Um país que não investe em Educação não pode desenvolver e crescer. TODOS nós sabemos disto e mesmo assim ficamos como que adormecidos em berços esplêndidos esperando o Salvador da pátria amada. Ele não virá; sinto dizer aos mais esperançosos. Este perfil de “líder salvador” não adequa mais aos nossos reais anseios. Queremos participar e sentirmos incluídos ao contexto.
A solução (resolução) = Educação inclusiva + Cooperação.
O processo educacional é a ferramenta básica, prioritária, indispensável, essencial, fundamental para conseguirmos sair deste paradigma da exclusão e competição para irmos para a inclusão e cooperação; consequentemente diminuir a violência.
 Somos redes de conexões-relações-interações.
Experimentamos no nosso dia-a-dia exemplos simples destas conexões: se jogamos lixo em lugar inapropriado e este entope um bueiro quando chove a rua fica alagada; se não limpo o quintal dos focos criatórios do mosquito da dengue toda a cidade sofre as consequências por mais que a prefeitura passe o “carro da fumaça” e os agentes comunitários.
O Estado não é capaz de solucionar sozinho estes problemas; isto é nítido. Mas, os políticos não querem perder o posto de indispensável Salvador/solucionador de problemas. Compartilhar poderes nunca; pensam eles.
As mudanças são significativas e visíveis quanto ao perfil de liderança que almejamos. Não queremos mais alguém que nos fale o que deve ser feito e nos conduza numa relação infantilizada, perniciosa e dependente. “Ôô vida de gado povo marcado ê povo feliz.”
Queremos sentir incluídos, valorizados, respeitados nas nossas particularidades e singularidades e sermos parte/ elo da teia social.
Sabendo que o excluído sempre cobra o seu lugar de direito. Quanto mais excluímos os outros, a nós mesmos, os diferentes, mais estes ficam presentes em nosso destino.
Não solucionaremos os problemas da violência nos trancando em condomínios fechados, em carros blindados, impedindo de relacionarmos, vendo o “outro” como uma constante ameaça. Isto não resolve ao contrário só aumentam nossos problemas e medos.
“O que nego em mim encontro como destino.” C.G.Jung.
O processo educacional e a mudança de paradigmas que necessitamos com urgência, exige tempo, coragem, determinação, perseverança, é um trabalho às vezes difícil e penoso, mas, com certeza mais leve e gratificante do que a cultura do medo e violência que estamos experimentando. Com investimentos maciços em Educação e inclusão de todos na busca por soluções é possível mudar o curso desta estória;
Tamo juntos!!

Rita de Cássia Ramos Carneiro – psicóloga e professora.